O presidente Jair Bolsonaro sinalizou que não fechou as portas para o recebimento de recursos. Depois da cobrança por verbas feita por governadores da Amazônia Legal em reunião realizada ontem (27/8), o chefe do Executivo federal flexibilizou o discurso e disse que o Brasil está aberto a receber doações, desde que bilateralmente.
Além do dinheiro, o governo também aceitará suporte para apagar as queimadas na Amazônia. A prova disso é que o Chile vai operar na região com quatro aviões especializados em combate aéreo contra incêndio, destacaram ele e o presidente chileno, Sebastián Piñera, após um café da manhã no Palácio da Alvorada, nesta quarta-feira (28/8).
Mesmo tendo flexibilizado o tom em relação à ajuda ambiental e financeira, a queda de braço com o presidente da França, Emmanuel Macron, permanece. A ideia é que o Brasil dialogue um eventual recebimento de recursos bilaterais da França, somente após Macron se retratar sobre tê-lo chamado de mentiroso e por ter sugerido uma “internacionalização” da Amazônia.
“Somente após ele se retratar do que falou no tocante à minha pessoa, que representa o Brasil perante a lei, e bem como ao espírito patriótico do nosso povo, que não aceita relativizar a soberania da Amazônia. Em havendo isso aí, sem problema nenhum voltamos a conversar”, disse.
O exemplo da aceitação de doações bilaterais foi sinalizado na terça, quando o governo deu sinal verde para receber 10 milhões de libras (cerca de R$ 50,7 milhões) do Reino Unido. Em contrapartida, verbas por vias multilaterais, como do G-7, não serão aceitas. “Quando vocês olham pro tamanho do Brasil, a oitava economia do mundo, parece que 20 milhões de euros é o nosso preço. O Brasil não tem preço. 20 milhões ou 20 trilhões é a mesma coisa pra nós. Qualquer ajuda de forma bilateral nós podemos aceitar, até porque, no futuro, podemos, também, ajudar um outro país que tenha um problema”, destacou Bolsonaro.